Violonista francano Iuri Bittar realça afinidades entre Ernesto Nazareth e Radamés Gnattali no álbum 'Alma brasileira'

05 - 07 - 2022- Franca

Franca Franca

Autor de estudo referencial sobre Jayme Florence (1909 – 1982), excepcional violonista pernambucano imortalizado na música do Brasil com o nome artístico de Meira, o também violonista francano que atualmente mora no Rio de Janeiro, Iuri Bittar, aborda temas de dois célebres pianistas no álbum Alma brasileira.

No disco, disponível em edição digital desde 1º de julho e com lançamento em CD previsto para a segunda quinzena do mês pela gravadora Biscoito Fino, o paulista (de Franca) Iuri Bittar reapresenta no violão, com arranjos inéditos, dez composições de Ernesto Nazareth (1863 – 1934) – pianista e compositor carioca que contribuiu decisivamente para a difusão do choro, gênero musical que norteia a trajetória de Iuri Bittar como violonista – e do pianista e maestro gaúcho Radamés Gnattali (1906 – 1988).

Primeiro álbum de violão solo da discografia de Iuri Bittar, gravado de outubro a dezembro de 2021 sob direção musical do luthier Ricardo Dias, Alma brasileira – Iuri Bittar interpreta Nazareth e Radamés expõe afinidades entre as obras dos dois compositores e pianistas – conceito nascido quase ao acaso, no processo inicial de criação do disco.

“Eu já estava debruçado em alguns arranjos para peças do Nazareth quando encontrei uma partitura de Alma brasileira, do Radamés. Nunca tinha ouvido aquele choro e o tema da segunda parte me lembrou Nenê, de Nazareth. Comecei a pesquisar mais e encontrei um vídeo no YouTube de um programa comandado por Tom Jobim, na TV Manchete, no qual Radamés falava muito sobre Nazareth, usando exatamente o choro Nenê para demonstrar a Jobim o apreço que tinha pela escrita do pianista. Lembrei da homenagem feita por Radamés na suíte Retratos, na qual dedica o segundo movimento a Nazareth, e a partir daí a ideia do disco foi tomando forma”, relata Iuri Bittar, que, além da violonista, é compositor e produtor musical.

Com cinco temas de Nazareth e cinco temas de Radamés, o álbum Alma brasileira – Iuri Bittar interpreta Nazareth e Radamés reúne um trio de violonistas – João Camarero, Paulo Aragão e Vicente Paschoal – na gravação de Maly, composição de 1920, caracterizada como “tango brasileiro” e publicada postumamente em 2008. O arranjo da faixa é de Paulo Aragão.

Do pianista carioca, Iuri Bittar também reaviva Escorregando (1923), Floraux (1908), Myosótis (1895) e Plangente (1925).

De Radamés, Iuri Bittar toca dois movimentos da Brasiliana nº 13 (1983), remonta a suíte Retratos (1956) – obra-prima do artista gaúcho, abordada no disco Alma brasileira com a participação de Vicente Paschoal – e Bolacha queimada (1958), tema reavivado com o toque do violão de João Camarero, convidado da faixa.

A música que dá nome ao disco, Alma brasileira (1930), também é da lavra de Radamés Gnattali.

 

Fonte - G1
Fonte de imagem - G1