Noite cultural: Luiz Cruz lança novo livro contando a história do carteiro Domiciano

07 - 02 - 2025- Franca

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Um dos maiores expoentes da literatura francana, o escritor e membro da AFL (Academia Francana de Letras) Luiz Cruz de Oliveira lançará uma nova obra na semana que vem.

Intitulado “Domiciano: Poeta e Carteiro”, o livro poderá ser conferido por toda a comunidade no dia 15 de fevereiro (sábado), às 19h30, no Teatro Judas Iscariotes. Na ocasião, haverá outras atividades culturais, como declamações de poesia e música ao vivo.

Com “Domiciano: Poeta e Carteiro”, Cruz continua a explorar temas locais em sua vasta bibliografia. O livro é uma homenagem a um de seus amigos de longa data, o poeta e músico Antonio Domiciano, natural de Itirapuã (SP) e morador de Franca. Cruz e Antonio se conheceram quando este era apenas um garoto, e tal amizade perdura até os dias atuais.

“Sempre achei uma injustiça muito grande o fato de o Domiciano, um dos poetas mais brilhantes que já conheci, ser ignorado na sua própria cidade, onde ele produziu e produz”, comenta Cruz sobre um dos motivos que o levou a escrever o livro.

Visão lírica

A obra foi sendo elaborada através de conversas com o próprio Domiciano. Por meio delas, Luiz conseguiu recordar passagens e encontrar fatos comuns na vida de ambos. Por exemplo, os dois escritores se consideram ‘produtos’ do êxodo rural.

Com essa descrição, pode-se imaginar que Cruz tenha escrito uma biografia de Antonio Domiciano, assim como já narrou a vida do escritor Carlos de Assumpção no livro “O Negro do Protesto” (2003). Luiz, contudo, se apressa para desfazer a confusão.

“Não sou historiador nem biógrafo. Eu apenas parti da vida dele para escrever um livro de literatura. É a minha visão lírica do que seja a vida de um poeta da minha geração, que viveu as mesmas coisas que eu e enfrentou os mesmos obstáculos e dificuldades”, esclareceu.

“Domiciano: Poeta e Carteiro” estará à venda no dia 15 por R$ 30 e, posteriormente, a R$ 40.

Sobre o autor

Luiz Cruz de Oliveira ocupa a cadeira nº 19 da AFL (Academia Francana de Letras), cujo patrono é o escritor Graciliano Ramos.

Ele é mineiro de Cássia, onde nasceu em 13 de dezembro de 1941 e vive em Franca, cidade que o acolheu e o adotou, outorgando-lhe o título de cidadão. De família humilde, durante a infância e adolescência, peregrinou pelos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo.

Fez os estudos iniciais em Franca. Tornou-se funcionário do Banco do Brasil, estudou Letras em Passos (MG) e exerceu o magistério paralelamente à carreira de bancário.

Radicou-se definitivamente em Franca na década de 1970, onde exerceu intensa atividade política e cultural. Participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, cuja primeira sede na cidade foi em sua residência na Rua Estevão Leão Bourroul; foi candidato a diversos cargos pelo Partido e fez parte do secretariado na gestão do Partido na cidade.

Apego às raízes

Fundou o Grupo Veredas de Literatura, coordenou a edição da Revista Veredas, editada mensalmente pelo grupo durante dois anos e deu início à Feira do Escritor Francano, depois assumida pela Prefeitura Municipal. Fundou ainda o Grupo Educacional Veredas, o qual foi também por ele coordenado durante seis anos.

É bacharel em Direito, professor de Língua Portuguesa e proprietário do Curso de Português “Luiz Cruz”, em Franca.

Apegado às raízes, vem ambientando sua ficção entre Cássia e Franca, palcos constantes de seu canto. Sua produção literária é extensa e inclui crônicas, contos, romances, teatro, ensaios, livros didáticos e biografia.

Destaca-se em sua obra Esboço de História da Literatura Francana, 2005, contribuição ímpar para o estudo de nossas letras.

Irrequieto e idealista, Luiz Cruz é uma referência da Literatura Francana da qual é um entusiasta. E é, sem dúvida, uma espécie de guru de quantos se aventuram pela Literatura na cidade.

Ficção e não-ficção

Escreveu, no gênero ficção, Vida só, 1977 (crônicas); Poeta Operário, 1979 (monólogo/teatro), Gol, 1979 (monólogo/teatro); Pocilga, 1980 (conto); Sussuarões, 1982 (romance); Sãozé Futebol Clube, 1982 (romance); Deuses mutilados, 1984 (romance); Caminhos da Esperança, 1986 (romance);

Viacrucis, 1991 (romance); Histórias em 3×4, 1995 (crônicas); Estrelo, 1995 (romance); Bilhetes, 2001 (crônicas); Vivalei, 2002 (romance); Trilhas, 2003 (contos); Os Anônimos, 2006 (crônicas); Por enquanto canto, 2006 (crônicas); Córrego das Pedras, 2009 (crônicas autobiográficas líricas); Cantos e Desencantos, 2010 (crônicas); Chico Franco, 2013 (crônicas francanas); Notas de Silêncio, 2015 (crônicas); e Minha Aldeia, 2017 (crônicas).

Em não-ficção, escreveu Outra janela em Graciliano, 1970 (Teoria Literária); ABC do conto, 1987; O Negro do Protesto, 2003 (biografia); Esboço de História da Literatura Francana, 2005; e A semana – o antes e o depois, 2021.

Participou da antologia Memórias da Academia Francana de Letras, 2017; e da coletânea Prosaversando – 25 anos da AFL, 2021. É coautor de inúmeros livros didáticos.


Fonte - Jornal da Franca
Fonte de imagem - Jornal da Franca